Quando ouvi o barulho na porta da frente fui correndo pra
ver quem era, pois ainda tinha uma pontinha de esperança que ele voltasse,
puxei a cortinha pro lado, e olhei lá fora. A paisagem estava bonita, começo de
inverno, o vento soprava lento e gelado, o sol iluminava só o outro lado da
rua, e tudo estava em silêncio, quando vi a silhueta de uma pessoa meu coração
disparou, mas era só o carteiro, e minhas esperanças morreram.
Mesmo sem esperanças, tive vontade de ficar lá na porta,
admirando tudo o que pudesse passar por ali, era muito cedo ainda, mas eu já
pensava em várias coisas, meu sono tinha ido embora...
Pensei em quando nos conhecemos, onde fomos passear,
conversamos e rimos de várias coisas, o mundo parecia somente nosso, éramos
jovens, e não sabíamos que algo tão simples poderia fazer com que toda
felicidade existente ali, acabasse.
Foi então que uma brisa fria bateu em meu rosto e eu voltei
para minha realidade sem você, admirei uma senhora com várias sacolas de feira
que descia a rua, ela parecia animada, em seu rosto tinha um leve sorriso de
otimismo, esperança por estar viva mais um dia.
Aquela senhora me animou, fiquei vendo a rua por mais alguns
minutos, e depois fui mostrar pro mundo o meu sorriso, a minha vontade de
viver.
Pois conclui de que ninguém pode ser responsável pela
alegria do outro, pode ser só um motivo a mais, mas nunca o único!
(Rosana Mello)